sábado, 2 de abril de 2011

Manaus




Despeço-me de Belém com muita alegria e um pouco de desespero, nada foi como o esperado porque afinal não tem como imaginar o que “esse país chamado Pará” tem a oferecer, saio com a impressão de que podia ter visto mais, de que fiz pouco e que mais um ano aqui não seria suficiente, talvez só uma vida me satisfizesse. Mas saio também com a certeza de que o pouco que vi entrou na minha vida e mudou minha forma de ver o mundo. Entre tanta beleza natural, diversidade de ingredientes, a simpatia do povo e do cotidiano que me surpreendia a cada dia, só tenho a agradecer, e sem mais delongas. Continuo minha saga, agora rumo a Manaus, mas dessa vez por pouco tempo.
Cheguei a Manaus ás 5 horas da manhã de ontem, deixei minha mala no albergue e fui direto para o mercado municipal! Em busca de um café da manhã amazonense. Cheguei lá e na ansiedade acabei não notando a tapioca com lascas de tucumã, então tomei um café com leite e um bolo de milho, quando eu ia levantando a moça da barraquinha me ofereceu água e a água durou mais de uma hora! Nesse tempo fiquei vendo o movimento, sem cardápio a barraca servia pão com queijo qualho ou prato, presunto ou picadinho, tapioca simples, com manteiga ou com tucumã, farofa (farinha, arroz, carne de panela), salgados, café, leite, chocolate, sucos de graviola, acerola e maracujá, em duas cozinheiras. Serviam numa organização, rapidez e atendimento que milhares de restaurantes em São Paulo não conseguem com 10x mais funcionários. Fiquei admirada e apaixonada. Atrás da barraca, dentro de um mercado, um homem desossava 3 porcos inteiros (que para mim é demais), no meio do corredor, com a delicadeza e ao mesmo tempo agressividade que só um açougueiro pode ter .

Ileuva dos Santos Santos e sua barraca de Café da Manhã, e atrás o mercado Adolfo Lisboa.


 Dei uma volta na Manaus Moderna, uma feira coberta, gigantesca. O ver-o-peso tem variedade, mas a feira daqui é enorme, o que faz com que cada produto tenha mais valor. Vi transformarem fécula de mandioca em goma, vi quantidades enormes de pimentão, farinha, tucumã! Vi homens levando os sacos de mandioca com o dobro do peso deles, tratando-as como o respeito que deveriam ser tratadas uma dessas iguarias. Vi mais peixes na peixaria do que num especial de peixes no Animal Planet, vi o paraíso das carnes secas, quantidades perfeitas de carne e gordura numa só peça. Me apaixonei pela feira, pelo porto, por tudo! Depois almocei Peixe na Brasa ali perto do mercado. Voltei ao albergue para fazer check-in e tomar um banho, voltei também com cheiros, cores e sabores que nunca mais vou esquecer.

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